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A depressão, como o próprio nome evidencia é um achatamento na superfície do EGO. Como cada pessoa vai lidar com a declinação dependerá de um conjunto de fatores. Às vezes, um deprimido está com tudo resolvido em um aspecto da vida, mas em outro…
Por muitos anos, eu interpretei esses momentos em que o EGO normalmente sofre de uma perene contração, e ao invés de fugir ou lutar, eu apenas observei e percebi “algo” natural: tudo ao meu redor passava por um processo depreciativo.
Apesar da formação, e de compreender os mecanismos da personalidade, ainda assim, eu possuía só uma leitura dos fatos, apenas encarava esse rebaixamento como se algo carecesse de “algo”, como uma “falta ser”.
Quando olhamos para um buraco numa rua, imaginamos o óbvio. Em algum momento, um cano arrebentou ou a terra de sustentação cedeu. A pressão “superficial” pesou, a ponto de ceder o piso.
Se olharmos para todas as variáveis envolvidas, aqui há uma depressão de fato. Aqui não podemos especular nada. Tudo que está ocorrendo, e ainda que haja uma pressão leve e superficial, é suficiente para ceder.
A falta de sustentação do piso levou a superfície a ceder. Aqui há um exemplo clássico de como funciona a depressão. Podemos olhar para a física e encontrar todas as respostas psicológicas.
Mas eu vou ainda mais além na minha visão. De qual sustentação estamos falando? No caso da rua, pode ser o piso, o contrapiso, a malha de sustentação; se formos olhar com atenção para as ruas, encontramos a superfície com algum cascalho e o piso.
A depressão pode surgir do encharcamento desse solo, há uma infiltração pelo seu deterioramento natural, e como não existe contrapiso nem uma malha adequada, o rebaixamento natural ocorre, a superfície cede e se evidencia o buraco.
Esse modus operandi que vemos no dia a dia, a falta de uma malha adequada e de um contrapiso bem-feito, acontece igualmente em nossas vidas. Longe de ser a personalidade. Atados a ela vivemos cada vez mais em direção de nos tornarmos autômatos.
Antes não queríamos ler, depois passamos a não querer mais escrever, e conhecemos ferramentas que fazem isso para nós e nos acomodamos. Estamos ensinando-as a fazer tudo para nós, até chegar ao ponto que não tenhamos mais piso…
Antes abandonamos o contrapiso, depois a malha, e agora estamos deixando de cuidar do piso. A superfície será sempre nossa, afinal é como nos mostramos para o mundo, é como as pessoas nos compram, até quando…
A depressão é um fato. Enquanto insistirmos nesse caminho, em algum momento a superfície vai ceder e revelar o buraco. Pode ser que alguém pergunte, mas e quando é apenas um boato?
Eu respondo: quando você ler isso, pode pensar o que quiser, a sua reação, se você não estiver nem aí, isso tudo, não passará de um boato para você. Mas se você compartilhar essa informação, se o pneu passou naquela poça, tentará compreender como reverter essa “realidade” em sua vida, a “depressão” deixou de ser boato…